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crónicas da xávega (223)

“Os intérpretes de vidas

…. Até que ponto podemos fiar-nos nos nossos amigos e conhecidos e sócios, ...
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crónicas da xávega (223)

“Os intérpretes de vidas

…. Até que ponto podemos fiar-nos nos nossos amigos e conhecidos e sócios, nos nossos amores, nos nossos pais e nos nossos filhos? Quais as suas tentações e debilidades, ou o seu grau de lealdade e a sua fortaleza? …. E mais ainda: podemos prever que amigos vão virar-nos as costas um dia e converter-se em nossos inimigos? …. Podemos fiar-nos em nós, em que não seremos nós que mudaremos e nos viraremos e atraiçoaremos, que invejaremos um dia quem hoje mais amamos e não poderemos suportar o seu contacto nem a sua presença, e decidiremos reger-nos só pelo nosso ressentimento? …... “

(in Javier Marias, “O teu rosto amanhã”, 3º volume, “ Veneno e sombra e adeus”)

(praia de mira; 2010)

depois de muita luta o barco ganhou o mar e fez o lanço

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