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crónicas da xávega (222)

fui com o vento

fui com o vento
com o mar te deixei

somos as nossas palavras
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crónicas da xávega (222)

fui com o vento

fui com o vento
com o mar te deixei

somos as nossas palavras
deverias sabê-lo

fossem barco as palavras
partiriam e voltavam

mas as palavras não são barcos
só sabem partir

há tanto mar no vento

(torreira; 2016)

https:--ahcravo.com-2017-12-21-cronicas-da-xavega-222-
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camera

NIKON D5100

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Aperture f/8 ISO 200 Shutter 1/640 Focal Length 180/10

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Dec, 2017

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postais da ria (334)

aforismos (1)

aqui onde tudo tem de ser
sustentável
começa a ser insustentável viver

(torreira; safar redes; 2019)

postais do arroz (20)

não escrevo tudo o que sinto
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(semear arroz de forma

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da vida

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(torreira; 2018)

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https:--ahcravo.com-2018-1

os moliceiros têm vela (287)

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(para o ti manel valas)

somar tudo
estar vivo é isso

a matemática
é simples

ao final da som

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os moliceiros têm vela (281)

carta aos resistentes

não se darem as mãos
não serem um
habitado por muitos

admiro que ainda
perguntas-me como

s

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renascer

impossível reconstruir
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a tempestade caiu brava
imprevisível

sobram destroços
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ilusõe

row, row, row ......

a beleza do sal (54)

da mão

a que dá
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a que ignora

a que acaricia
a que fere
a que mata

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flo

crónicas da xávega (239)

agostinho

vejo-te e sei-te
agostinho

não há búzios
aqui

ouve-se o mar
em directo

(torreira; 2013)

o meu amigo ago

os moliceiros têm vela (305)

quando

quando amanhã
for ontem

quando tu tiveres
sido
sem nada seres

nada restará de ti
a não ser o nada
que fos

crónicas da xávega (318)

aos amigos idos

o tempo enruga-se
por entre as pregas
cada dia mais amigos
ensombram o estar aqui

vivo com eles

postais da ria (239)

aos homens e mulheres da ria

existem homens
que fazem barcos
como se filhos

existem homens
que os encomendam
fazem neles vida

da mãe e do filho

entre o filho da mãe
e a mãe do filho

é tudo uma questão
de gerações

se insulto o filho
é a mãe nele

no filho da mãe

oh cravo! as minhas fotos?

cipriano
não sei onde estás
sei onde te deixaram

cipriano
não nos vamos
encontrar mais

mas cipriano

fazes parte
da

a beleza do sal (41)

dádiva

é da natureza do sal
a brancura
mesmo se amarga

falso o branco
do açúcar
ainda que doce

um punhado de sal
é pu

a porta está aberta

nos braços a força
na vela a bandeira
na vontade o ainda

moliceiro sinto-o assim
branco e negro
belo em risco

à j

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