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crónicas da xávega (213)

o meu país

o meu país é habitado
mora nas minhas fotos
nas minhas palavras
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crónicas da xávega (213)

o meu país

o meu país é habitado
mora nas minhas fotos
nas minhas palavras

o meu país é de carne
osso e muito suor
mal pago

o meu país dói-me
e se luto faço
é porque luto
todos os dias

o meu país
é habitado
ainda

o meu país é de carne
osso e muito suor
mal pago

até quando?

(praia da leirosa; 2017)

https:--ahcravo.com-2017-10-17-cronicas-da-xavega-213-
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camera

NIKON D7100

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Aperture f/6.3 ISO 200 Shutter 1/640 Focal Length 180/10

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Oct, 2017

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aforismos (1)

aqui onde tudo tem de ser
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postais do arroz (20)

não escrevo tudo o que sinto
porém sinto tudo o que escrevo

não sei de exercícios de estilo

(semear arroz de forma

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https:--ahcravo.com-2018-1

os moliceiros têm vela (287)

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(para o ti manel valas)

somar tudo
estar vivo é isso

a matemática
é simples

ao final da som

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os moliceiros têm vela (281)

carta aos resistentes

não se darem as mãos
não serem um
habitado por muitos

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a tempestade caiu brava
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sobram destroços
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row, row, row ......

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flo

crónicas da xávega (239)

agostinho

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agostinho

não há búzios
aqui

ouve-se o mar
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(torreira; 2013)

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aos amigos idos

o tempo enruga-se
por entre as pregas
cada dia mais amigos
ensombram o estar aqui

vivo com eles

postais da ria (239)

aos homens e mulheres da ria

existem homens
que fazem barcos
como se filhos

existem homens
que os encomendam
fazem neles vida

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e a mãe do filho

é tudo uma questão
de gerações

se insulto o filho
é a mãe nele

no filho da mãe

oh cravo! as minhas fotos?

cipriano
não sei onde estás
sei onde te deixaram

cipriano
não nos vamos
encontrar mais

mas cipriano

fazes parte
da

a beleza do sal (41)

dádiva

é da natureza do sal
a brancura
mesmo se amarga

falso o branco
do açúcar
ainda que doce

um punhado de sal
é pu

a porta está aberta

nos braços a força
na vela a bandeira
na vontade o ainda

moliceiro sinto-o assim
branco e negro
belo em risco

à j

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