Síndrome do Eu

Durante uma simples caminhada o peito aperta, nunca tinha sentido isso antes, 19 anos, infartar? Como assim? Minhas mãos soam, minha cabeça flutua, não sei pra onde ir, voltar pra casa? Ou encarar o fato de que essa dor no peito não faz sentido; Pela primeira vez o medo me tocou, soprou nos meus ouvidos:

— Caia



Eu caí, e fiquei ali parado sem saber o que estava acontecendo, pego o celular (sempre sem créditos) não tenho como falar com ninguém, é agora? É o fim? Assim? Tão novo e nenhum sonho realizado, nenhuma vida vivida, toda uma adolescência entregue ao agrado dos pais e família, seria assim meu fim. Estava já preparado pra morrer quando passam 3 senhoras e me reconhecem, olha lá o filho de fulano no chão, o que houve?

-Não consigo respirar, tem como ligar pro meu pai?


As cenas a seguir são o meu desespero numa maca, chorando, eu vou morrer pai, eu vou morrer! A médica vem, me examina, e some, chama meu pai, e eu continuo, vou morrer, é agora, porque? Um tempo depois ela vem, me aplica um sedativo, e os sintomas passam.

-Leve seu filho num psiquiatra ele não tem nada demais no coração.

Foram quase dois meses para acreditar nessa afirmação.

Exame do coração, nada, você está saudável!

-Então o que tenho?

E pra conseguir essa resposta fui para o profissional que não deveria ter ido, o psiquiatra, ele olha na minha cara e diz, todo mundo tem problemas, tome aqui, é uma receita de Rivotril e Oxcilato de Excitalopran.



Descobri o que tinha, uma tal de Síndrome do Pânico, porém, graças a um profissional mal preparado, todos esses dias, todos esses anos, não passo de um paciente chapado, vítima da industria farmacêutica.


Depois de um tempo me drogando vi que aquilo não era solução, decidi estudar e entender o que era a Síndrome do Pânico (SP) e entendi.


O que realmente tenho é O medo do medo.


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